quinta-feira, 14 de julho de 2011

Milagre Eucarístico - Santarém, Portugal, ano 1247




Entre os anos 1225 e 1247, havia uma mulher em Santarém que se sentia muito infeliz, porque o seu marido lhe era infiel. Querendo salvar o seu casamento, ouviu a sugestão de pessoas amigas e procurou a orientação e o serviço de uma feiticeira.
A bruxa logo lhe prometeu sucesso, dizendo que ia mudar a conduta de seu marido, isto se ela seguisse as suas recomendações. Pediu que a mulher levasse uma Hóstia Consagrada. Diante do espanto da mulher, a feiticeira lhe instruiu dizendo que fingisse uma enfermidade e comunicasse a sua doença a Igreja, assim ela seria autorizada a receber a Comunhão durante a semana e teria a oportunidade de levar a Hóstia Consagrada para ela fazer o trabalho.
A mulher ficou aterrorizada, porque sabia que aquele pedido era um sacrilégio. Por isso, permaneceu em silêncio, não disse nada. Saiu da presença da bruxa e por longo tempo não voltou, ficou pensando naquele pedido estranho e tentava solucionar a dúvida que afligia o seu coração.
Por fim, imaginando a possibilidade de converter o marido e alcançar a sonhada felicidade que buscava para a sua vida matrimonial, decidiu e inventou uma grande mentira. Contou ao sacerdote que estava muito doente e precisava receber JESUS no Santíssimo Sacramento. O pároco concedeu a licença e ela foi receber a Sagrada Comunhão na Igreja de São Esteves.
No momento da Comunhão, ela estava visivelmente emocionada e com um imenso drama de consciência. Ao receber JESUS Sacramentado na língua, não consumiu a Hóstia. Guardou-a e deixou a Igreja imediatamente, seguindo em direção a casa da feiticeira. Contudo a Partícula Sagrada começou a sangrar. Várias pessoas que passavam por ela na rua notaram manchas de sangue em sua roupa e pensaram que ela estivesse com algum problema de saúde, talvez com uma hemorragia… Diante do acontecido, o medo tomou conta de seu coração. Decidiu não continuar com o projeto. Levou a Hóstia Consagrada para casa, envolveu-a num lenço bem limpo e completou a proteção com um tecido de linho branco. Depois, a colocou num baú que possuía no quarto de casal.
Todavia, durante a noite ela e o marido foram acordados por uma radiação clara e brilhante que vinha do baú e iluminava inteiramente o quarto. Espantados e comovidos, viram dois Anjos abrirem o baú e libertaram NOSSO SENHOR EUCARÍSTICO daquela prisão. Sem palavras e admirados com aquele fato, viram o baú aberto, o tecido de linho arrumado e a pequena Hóstia branca bem no meio do lenço aberto. E diante daquela realidade, chorando e arrependida pelo pecado cometido, a esposa contou ao marido a verdade sobre o acontecido. Ambos chorando e emocionados passaram a noite de joelhos rezando diante NOSSO SENHOR EUCARÍSTICO, suplicando perdão por aquele terrível desatino. E assim então permaneceram em estado de vigília e de adoração.
Na manhã do dia seguinte, apareceram na residência do casal diversas pessoas. Elas foram atraídas por lampejos e brilhos como se fossem pequenos relâmpagos, que saíam do telhado da casa. Repletas de curiosidade foram até o local para saber o que estava acontecendo. Foi então que conheceram o fato, narrado pela voz emocionada do casal e assim, testemunharam o notável milagre.
Um padre foi convidado a comparecer e levou a Hóstia Consagrada em procissão para a Igreja. Por ordem superior, a Partícula foi colocada num recipiente e lacrada com cera de abelha.
Dezenove anos depois aconteceu outro milagre. Outro sacerdote abrindo o Tabernáculo notou que o recipiente cristalino que guardava aquela Hóstia, que foi lacrado com cera de abelha, estava com o lacre quebrado e a Partícula Sagrada tinha se transformado em Sangue do SENHOR, que estava visível dentro do recipiente cristalino fechado.
As autoridades eclesiásticas em respeito, objetivando homenagear a Manifestação Divina, encomendaram um precioso Relicário onde colocaram o Milagre, que se mantém na Igreja do Santo Milagre, a visitação e veneração dos fieis.
Desde aquela época até hoje, todos os anos, no segundo domingo do mês de Abril, o Relicário em procissão, percorre as ruas de Santarém, até a casa onde morava aquela mulher. Na mencionada casa, transformada em Capela Diocesana, construíram um bonito e respeitoso Altar.


- colaboração Ana Paula Salgado

quarta-feira, 6 de julho de 2011

O Sinal da Cruz

EM NOME DO PAI E DO FILHO E DO ESPÍRITO SANTO. AMÉM

A liturgia usa muito a linguagem dos sinais, dos gestos e das posições. O primeiro sinal e o mais importante conhecido é o Sinal da Cruz. Sinal este que hoje, muitas vezes, passa despercebido seu verdadeiro significado.

Façamos o sinal da cruz com a mão direita aberta, toque a testa com a ponta dos dedos, dizendo: "Em nome do Pai..." desça em linha vertical até a altura do estômago: “... e do Filho..." leve a mão ao ombro esquerdo: “... e do Espírito"..., leve a mão ao ombro direito e conclua: "Santo. Amém".

Ora, o gesto é para parecer uma Cruz, como o próprio nome diz. E a cruz é formada por uma haste vertical e uma haste horizontal, certo? O sinal da cruz de muita gente parece mais um espanador ou coisa que o valha. O indivíduo dá uma "espanada", umas "voltinhas" com a mão direita na frente do peito, depois de ter dado uma apontada com o indicador para cima, e depois termina dando um beijinho nos dedos ou tapinha na boca. Cristo não morreu pregado num espanador, mas numa Cruz. Não precisa dar "tapinha na boca" ou “beijar os dedos”!

O Sinal da Cruz é riquíssimo em significado. “Neste sinal está a salvação para todos os marcados na fronte” (Ap 7,3 e 14,1). Segundo santo Anastácio, “pelo sinal da cruz toda mágica cessa e toda feitiçaria não dá resultado”.

O Sinal da Cruz é o gesto mais profundo que fazemos. Por ele expressamos, anunciamos três verdades ou dogmas fundamentais da nossa religião: Santíssima Trindade, Encarnação e Redenção (Morte de Jesus Cristo). É o mistério do Evangelho em um momento. É a fé cristã resumida em um único gesto. Com nossas palavras, proclamamos a fé trinitária na qual fomos batizados e com a mão proclamamos nossa redenção pela cruz de Cristo. A cruz é o meio pelo qual somos salvos, pelo qual entramos em comunhão com a natureza divina (2Pd 1,4).

“Em Nome do Pai”, na testa – O mistério da Santíssima Trindade - no alto da cruz, o Pai; O Criador; O Onipresente e Onipotente
“... e do Filho”, no estômago - o mistério da Encarnação: o Filho de Deus desceu ao ceio da virgem Maria
“... e do Espírito Santo”, de um ombro a outro – a morte de Jesus na Cruz; nossa redenção através do Filho santificado pelo Espírito Santo.

“Pai, Filho e Espírito Santo”, remete a um relacionamento familiar! Um Deus que é uma família e que, através do Batismo, nos insere no seio desta família também. Ao fazermos o Sinal da Cruz, renovamos esta aliança iniciada no nosso Batismo.

Por isso, ao iniciarmos a missa, somos chamados a repetir este sinal, para nos lembrar que somos filhos de Deus, membros da Família Divina, e renovamos o juramento solene de nosso batismo.

Leituras para refletir... Depois, faça o Sinal da Cruz da seguinte forma:

“... Em Nome do Pai...” – leia Gn 1,1-26
“... e do Filho...” – leia Lc 1,31; 37-38
“... e do Espírito Santo...” – leia Lc 23,44-46 e 24,1-7

AMÉM!!!

- colaboração Ana Paula Salgado