quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Os Bárbaros e a Igreja (nos dias de hoje)

Sabemos que o Império caiu nas mãos desses bárbaros, não por causa da superioridade deles, mas porque Roma estava podre em seus costumes. Os historiadores modernos como Pierre Chaunu, PhD da Sorbonne, afirmam que o grande Império desabou por causa do drástico controle da natalidade e do número de abortos, que obrigou a entrada dos bárbaros nos serviços e nos exércitos romanos, onde foram subindo.
O Ocidente só não permaneceu neste estado selvagem porque a Igreja Católica soube preservar a cultura nos mosteiros de São Bento, e os bispos assumiram a liderança do mundo ocidental. Aos poucos a Igreja foi convertendo os bárbaros ao cristianismo e resgatando a civilização que temos hoje. Foi um longo trabalho de seis séculos. Os valores do verdadeiro humanismo foram implantados no Ocidente: a liberdade civil e religiosa, o respeito para com a mulher, a dignidade do casamento, o respeito pela vida humana, o valor da cultura, da ciência e das artes, da música, da arquitetura, da medicina, etc.
No entanto, o mundo hoje vive às portas de uma nova barbárie; não mais pelas armas e cavalos de Àtica e Genserico, nem pela selvageria dos francos, ostrogodos ou visigodos, mas por uma nova decadência moral que avança como uma mancha de óleo no oceano, contaminando as mentes e os corações, e derrubando as muralhas da Civilização.
A raiz dessa nova barbárie está na negação e no abandono do Cristianismo que moldou a Civilização Ocidental. Especialmente hoje a Europa “cospe no prato que lhe deu de comer”, que a embalou e nutriu: a Igreja Católica e os valores que ela colocou no coração do Ocidente. João Paulo II carregou esta tristeza para o túmulo. A palavra da Igreja hoje tem quase o mesmo valor para os governantes como o latido de um cão diante de uma carruagem que passa.
Na Inglaterra o Sr. Blair obriga às instituições da Igreja que cuida de órfãos, a entregarem essas crianças à adoção de “casais” de homossexuais, “para o bem das crianças”. Ora, não é preciso ser doutor em psicologia para saber que isto é o mal para as crianças e não o bem; e além de tudo significa a destruição da família verdadeira, berço e célula mãe da sociedade. As instituições da Igreja certamente vão ter de fechar as portas. Onde está a liberdade religiosa e a objeção de consciência? A cada dia mais países aprovam, juridicamente, o casamento de homossexuais, como se Deus não tivesse feito o homem e a mulher tão diferentes e complementares. Destrói-se vergonhosamente a instituição que sustentou o mundo até aqui.
A eutanásia começa a ser aprovada em vários países, e cresce a pressão para que outros a aprovem.
Os embriões, vidas humanas, são tratados como “coisa” descartável, objeto de lucro das clínicas de fertilização. A vida humana é coisificada cada vez mais, como se não fosse imagem e semelhança do Criador e portadora de uma alma imortal. Os escândalos da Proveta se multiplicam a cada passo e já é assustador o número de jovens que não conhecem seus pais e nem a sua origem; porque foram gerados por um sêmen doado por um anônimo.
O aborto, a mais violenta agressão que pode haver há um ser humano indefeso, porque é praticado com o consentimento da própria mãe, já é legalizado em quase todos os países da Europa e em muitos outros.
Os Euro-deputado criticaram o “atraso” de Portugal, Polônia e Irlanda, porque ainda não aprovaram o aborto, classificando o fato de “vergonha” para esses países, quando 27 nações européias “modernas” já o legalizaram. Disseram esses euro-deputados que nesses países “a mulher é tratada com dignidade e com decência” (Diário Digital, Lusa, 29 jan 2007; 11;12:25).
Que tipo de humanismo é este que sacrifica a vida humana no ventre da mãe – antes o lugar mais seguro para viver? Que civilização é esta que cultiva a morte e incentiva o suicídio, controla drasticamente a natalidade como se a vida fosse uma maldição?Que civilização moderna é esta onde os velhos fogem dos asilos da Holanda para os da Alemanha com medo de serem eutanasiados? Que civilização é esta que ensina os jovens a viverem o sexo sem responsabilidade, como se fossem animais irracionais, e lhes dá como “segurança” uma abjeta camisinha?
Que humanismo é este que distribui aos jovens uma “pílula do dia seguinte” que é uma bomba hormonal no organismo desta jovem provocando hemorragias, aborto, e tantas outras maldades?
Que humanismo é este onde os filhos já não sabem mais quem são seus pais, e já não têm mais família, porque foram gerados por doadores de sêmen anônimos?
Não, isto não é uma Civilização, e isto não é humanismo; é a volta da Barbárie, uma Barbárie moderna, muito pior do que aquela que tomou o grande Império. Aquela foi conquistada e civilizada pelo amor de Deus e do Evangelho, pelos monges, bispos e missionários que deram a sua vida por eles; mas será que isto será possível com esses novos bárbaros do século XXI. Será muito mais difícil. Jesus já havia perguntado: “Quando o Filho do Homem voltar achará ainda fé neste mundo”?
Aos verdadeiros cristãos resta dizer que “os caminhos do bem e do mal já estão separados”, e que, portanto, chegou a hora de escolhermos o caminho a seguir; ninguém mais pode ficar no meio, pois o bem se separou do mal. Para onde vamos? Jesus nos alertou que quem se envergonhar Dele e do Evangelho e o negar diante dos homens, Ele o negaria também diante do seu Pai. É inegável que estamos como Roma antiga, às portas de uma derrocada da Civilização nos mãos dos novos bárbaros. E o que mais nos assusta é o “silencio dos bons” como disse Luther King, apáticos e amedrontados diante do mal que avança.

Um comentário:

  1. Não acompanhei o blog por uns dias e agora estou - recuperando o atraso !!! Amei o artigo. Excelente iniciativa. Parabéns. Beijos, Aninha

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