sexta-feira, 23 de outubro de 2009

A aliança da Família

A família não pode existir sem uma estreita aliança entre os pais, pois o amor por seus filhos passa através de sua relação conjugal.
Há anos atrás se assegurava que os papéis de pai e mãe eram intercambiáveis. Hoje muitos especialistas esclarecem que tal idéia é falsa. O pai é insubstituível em um de seus principais papéis: ser marido da mãe (esposa) e vice-versa.
"O amor insubstituível dos pais por seus filhos não passa somente em linha direta até eles" - esclarece o psicanalista francês Tony Anatrella - senão, e essencialmente, através de sua relação conjugal. "Quando os pais se amam, os filhos se sentem amados e o amor conjugal se transforma no interior dos filhos em sua auto-estima. Quando os pais se separam desaparece essa base segura, o filho fica vulnerável e demora muito recuperar a confiança em si próprio".
Anatrella denunciava, então, uma tendência de ocultar os efeitos das separações, e sim enaltecer exclusivamente o papel das mães, como se somente elas bastassem a seus filhos, fazendo desaparecer a importância da paternidade tanto nas mentalidades como nas leis. Porém esclarecia, quando uma mãe intenta ocupar o papel de pai termina convertida em uma "mãe sobre exigida", enquanto que, quando o pai intenta ocupar o lugar dela, somente se transforma em uma segunda mãe. “Já passamos por épocas caracterizadas por pais napoleônicos, hoje vivemos em outra, caracterizada por mães dominando a procriação. Porém, sofremos a força dos efeitos de ambos os erros. Hoje a família está começando a descobrir, pela influência de seus próprios filhos, que a família não pode existir sem uma estreita aliança entre o pai e a mãe".
Com efeito, nos inícios do século XXI uma forte tendência vem destacar um aspecto vital e insubstituível da figura paterna: o de ser quem ama e cuida da mãe (esposa), dando-lhe confiança, segurança e paz, para que ela por sua vez consiga realizar plenamente sua maternidade. Isto, obviamente, revolta as mulheres auto-suficientes, mais ainda quando tais declarações vêm, principalmente, de psiquiatras e psicólogos homens. Não obstante, é muito maior o número das mulheres que aplaudem o fato de ver como a ciência confirma que elas estão certas ao pedir amor, amor e mais amor a seus maridos.Por outro lado, estes especialistas não vêm mais que confirmar o que os médicos neonatólogos, fazem há muito tempo, o que se tem comprovado empiricamente durante as primeiras horas de vida de um ser humano. Se tem demonstrado que o desenvolvimento psicomotor do recém-nascido se facilita se a mulher se sente querida e protegida por um companheiro estável, pois isso lhe permite acolher e alimentar melhor a seu filho. Assim, o pai é um protagonista ativo no "apego" entre o filho e a mãe, apego que ajuda a que os recém-nascidos adoeçam menos; durmam melhor e ganhem mais peso.Em um casamento tudo pode ir bem, - escreve o filósofo e psicólogo italiano Piero Ferrucci -, porém deve haver o esforço para que isto continue assim. Não se pode viver "da rentabilidade" do amor, e há que se recuperar de tempo em tempo o "egoísmo" do noivado, quando ambos estavam sós. Entre outras razões porque os filhos podem fazer que as relações sejam melhores, porém também piores.
Melhores, porque levam a unirem-se na aventura extraordinária de estar ao serviço de seus filhos, que crescem e os ajudam a converterem-se em dois seres humanos autênticos e completos. Porém piores, porque podem deixar pouquíssimo tempo para estarem juntos e a qualidade intelectual dos diálogos pode cair na mesmice: "Esta fralda deixa passar o xixi".

A quanto tempo você não dá uma abraço apertado em família e declara o seu amor com um "Eu te amo"?

Nenhum comentário:

Postar um comentário