quarta-feira, 21 de outubro de 2009

"Ontem foi embora. Amanhã ainda não veio. Temos somente hoje, comecemos."

O que impressionava em Teresa de Calcutá era a gratuidade do seu serviço, que parece não buscar outro objetivo além do próprio ato de servir. Evidentemente, não se pode pensar, embora já se tenha tentado retirar de seus ditos, que se tenha consagrado, de alma, corpo e coração, a um serviço que não queria ir além de uma ajuda puramente humana. Havia, nem podia deixar de haver, no seu encontro com o doente ou o miserável, uma silenciosa prece de esperança, para que o ajudado recebesse, pelo alimento que lhe davam a graça de descobrir a face de Cristo e beneficiar-se com o olhar do Salvador, vindo do alto de sua cruz. Mas não usava o seu serviço como um instrumento ou meio para convertê-lo.Missionária da caridade, levava apenas o amor de amizade, a oferta de uma companhia humana enternecida para minorar a solidão - o não ter ninguém por si - do desamparado e do pária - Mais que um pão ao faminto levava um pouco ao sozinho ou abandonado. E não raro - alguém lhe deu essa qualificação, como título de menosprezo pela sua obra carente de eficácia - era, concretamente, a missionária dos moribundos. Tem-se falado muito da solidão dos doentes terminais, aos quais nem o médico, o último amigo, de ânimo quebrado, por não ter mais nada a fazer, dá uma atenção sensível. A essa solidão do pária humilhado, no seu último momento da vida terrena, Teresa queria levar essa presença de uma companhia.Somos Herdeiros da Promessa, Jesus Cristo conquistou isso para nós fazendo-se maldição em nosso lugar, sofrendo em sua condição humana nossos males (exceto o pecado), e, morrendo, nessa morte deu-nos sua vida, vida nova!Madre Teresa de Calcutá é uma espécie de "lembrete" de que também somos sinais dessa salvação conquistada por Jesus para nós. Jesus tirou-nos das garras do mal e nos trouxe para a verdade, para a luz, para o Pai. Para muitos desfavorecidos Madre Teresa de Calcutá e as irmãs de sua Ordem foram e continuam sendo essa presença de Jesus levando a dignidade e amor a quem vive uma vida, muitas vezes sub-humana.

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