terça-feira, 27 de outubro de 2009

O Dom da "Comunhão"

Através do ministério apostólico a Igreja, comunidade reunida pelo Filho de Deus que veio na carne, viverá no suceder-se dos tempos edificando e alimentando a comunhão em Cristo e no Espírito, à qual todos estão chamados e na qual podem fazer a experiência da salvação oferecida pelo Pai. De fato, os Doze como disse o papa Clemente, terceiro Sucessor de Pedro, no final do século I tiveram a preocupação de se constituírem sucessores, para que a missão que lhes foi confiada continuasse depois da sua morte. Ao longo dos séculos a Igreja, organicamente estruturada sob a guia dos legítimos Pastores, continuou desta forma a viver no mundo como mistério de comunhão, no qual se reflete em certa medida a mesma comunhão trinitária, o mistério do próprio Deus.
O apóstolo Paulo menciona esta suprema fonte trinitária, quando deseja aos seus cristãos: "A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós!" (2 Cor 13, 13). Estas palavras, provável eco ao culto da Igreja nascente, evidenciam como o dom gratuito do amor do Pai em Jesus Cristo se concretize e se exprima na comunhão realizada pelo Espírito Santo. Esta interpretação, baseada no estreito paralelismo que o texto estabelece entre os três genitivos ("a graça do Senhor Jesus Cristo... o amor de Deus... e a comunhão do Espírito Santo"), apresenta a "comunhão" como dom específico do Espírito, fruto do amor doado por Deus Pai e da graça oferecida pelo Senhor Jesus.

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