segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Caminhamos na fé

Muitas pessoas, se não a maior parte delas, vão pela vida sem sequer se perguntarem o que Deus quer naquele momento. Outras, que já querem agradar a Deus, ficam muitas vezes perplexas e se perguntam: "Será que isto é de Deus? Como posso ter a certeza?" No entanto, esta pergunta mesma revela a mais comum incompreensão de como Deus nos guia: as pessoas esperam ter a certeza da direção de Deus.É que há uma contradição básica entre "ter a certeza" e "ter fé". "Ter a certeza" elimina a necessidade de ter fé e a fé é indispensável à vida cristã. "Mas sem fé é impossível agradar a Deus: pois quem se aproxima de Deus deve crer que ele existe e recompensa os que o procuram" (Hb 11,6).
A maioria dos cristãos não quer caminhar pela fé, mas pela certeza. Deus, porém, determinou que caminhemos pela fé e não pela certeza. Quando as pessoas dizem: "Mas não estou certo do que Deus quer que eu faça", a resposta é: "Se você pudesse estar certo, não lhe exigiria nenhuma fé. Deus não deixará que você fique totalmente seguro.” Isto significa que embora Deus nos guie certamente sua direção normalmente não é tão explícita ou detalhada que não tenhamos que exercer a fé ao segui-la. A essência da direção consiste em receber de Deus impressões sutis e em seguida agir na fé, de acordo com essas impressões, confiantes de que são de Deus.
Deus nos dirige deixando pingar seus pensamentos no meio dos nossos - e não trovejando em nossos ouvidos ou atingindo-nos com raios do céu. Convém reconhecermos que temos um importante problema em aplicar a Sagrada Escritura em nossas vidas. Porque tendemos a olhar Bíblia e os personagens bíblicos em tamanho aumentado. Falamos de São João, de São Paulo. Damos seus nomes às nossas cidades, às nossas ruas, às nossas igrejas, aos nossos filhos. Contemplamos com admiração as obras de grandes artistas que os pintaram com auréolas sobre suas cabeças e pensamos: "Deus deve ter tratado com eles de maneira única". Numa palavra, consideramos Pedro, Paulo, os discípulos e outros heróis da fé como "super santos".Se quisermos compreender o tratamento que Deus nos dá precisamos corrigir essa visão distorcida. Os apóstolos eram pessoas comuns, como nós. Passaram pelas mesmas tentações e lutaram contra a mesma natureza humana rebelde. Foram salvos pela graça de Jesus Cristo da mesma maneira que nós. Receberam o poder e a direção do mesmo Espírito Santo, que quer nos dar poder e direção da mesma forma dinâmica.

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