segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Madre Teresa de Calcutá - O rosto da caridade

Nascida em Skopie, Albânia, atualmente capital da Macedônia, seu nome original era Agnes Gonxha Bojaxhiu. Realizou estudos em Dublin e em Darjeeling, viajando para a Índia em 1928, como noviça das Irmãs de Nossa Senhora do Loreto. Em Calcutá, dividiu a docência no St. Mary´s High School, escola da Ordem. Em 1937 tomou os votos definitivos. Chefe de estudos do colégio durante vários anos, em 1946 decidiu mudar de atividade e dedicar-se ao cuidado dos mais desfavorecidos de Calcutá, após comprovar que era mais importante o trabalho que podia desempenhar em uma das cidades mais pobres da terra. Dois anos mais tarde viajou para Paris para estudar enfermaria e atenção ao paciente, voltando pouco mais tarde à Índia para fundar uma escola para crianças. Em 1950 decidiu fundar uma congregação que denominou Missionárias da Caridade recebendo autorização da Diocese de Calcutá. Seu objetivo era dedicar-se exclusivamente ao cuidado dos enfermos, dos pobres e dos desvalidos de Calcutá. A regra da ordem era baseada nos votos tradicionais, quer dizer, pobreza, castidade e obediência. Pouco tempo mais tarde a Ordem foi aprovada por Roma, abrindo em 1952 a primeira Casa dos Moribundos Indigentes, chamada em hindu “Nirmal Hriday” (Coração Puro). Cinco anos mais tarde , em 1957, se dedicou também ao cuidado dos leprosos. Com o tempo o trabalho da congregação foi-se tornando cada vez maior e mais eficaz, estendendo seu trabalho não só a Calcutá como também a outras cidades da Índia e ainda aos cinco continentes. Seu trabalho abnegado, sua entrega incondicional e a defesa constante dos mais pobres lhe valeram ser reconhecida com vários prêmios como o Prêmio Internacional da Paz João XXIII, que lhe foi entregue pelo Papa Paulo VI, o Prêmio Bom Samaritano (Boston), e o Prêmio Nobel da Paz, que lhe foi concedido em 1979. Seu precário estado de saúde não a impediu de trabalhar a favor dos mais pobres até as suas últimas forças, a ponto do Papa João Paulo II, solicitar-lhe que diminuísse seu ritmo de trabalho devido ao seu delicado estado físico. Nacionalizada indiana, faleceu em Calcutá em 5 setembro de 1997, sendo reconhecida como uma das personalidades mais influentes, com seu exemplo nos fins do século XX.
Seu funeral foi tratado como de Estado, vários foram os representantes do mundo que quiseram estar presentes para prestar a sua homenagem. As televisões do mundo inteiro transmitiram ao vivo durante uma semana, os milhões que queriam vê-la no estádio Netaji. No dia 19 de outubro de 2003, o Vaticano beatificou Madre Teresa.Hoje a sua Congregação reúne 3 mil freiras e 400 irmãos, em 87 países, dando apoio aos mais necessitados em cerca de 160 cidades.

De tudo isso, o que se depreende é que a grandeza de Teresa de Calcutá se baseia na máxima do evangelho "amai-vos uns aos outros" e, ainda na certeza, não apenas simbólica, de que é o próprio Cristo que se serve no pobre, no doente e no encarcerado. Teresa de Calcutá veio nos ensinar a primazia do espiritual. Não a primazia do político, nem a primazia do social, mas do reino de Deus e sua justiça. Essa, nela e na família espiritual que espalhou pelo mundo, pela vida do amor de Deus sobre todas as coisas e do próximo como o Cristo nos amou, é a grande mensagem que deixa para nós.
Este é um exemplo de que os herdeiros da Promessa não a guardam para si, ao contrário, a promessa e a riqueza do Reino de nosso Pai multiplicamos ao dividir com outros, doando-nos e amando, levando dignidade.
O Reino de Deus se constrói com oração e trabalho e essa é a maior mensagem que Madre Teresa de Calcutá nos deixa: "A fome não é só de pão, a fome é de amor."

Um comentário:

  1. Oi Felipe,
    A história de Madre Teresa é mesmo emocionante. Esse ano conheci um dos lares das Missionárias da Caridade, obra fundada pela Madre.
    Elas têm três casas no Brasil, uma em Bonsucesso (para idosas), outra na Lapa (para homens moradores de rua), a terceira me parece que fica na Bahia e cuida de crianças aidéticas.
    O carisma das Missionárias é acolher aos mais pobres dos pobres ("the poorest of the poor").
    Na minha visita descobri que podemos ajudá-las de várias maneiras. Elas têm, por exemplo, um amigo médico que consulta as idosas do lar delas em seu consultório sem cobrar.
    No ano de 2010 se comemora o centenário de seu nascimento, seria interessante fazermos uma boa divulgação de sua obra.
    Bjs,
    Angela Isnard

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