terça-feira, 25 de agosto de 2009

Gênesis

Este assunto, Gênesis, Criacionismo ou Evolucionismo, era uma eterna pergunta minha quando criança. Quando entrei na Igreja, aos 19 anos, mergulhei de cabeça nas coisas de Deus, pois aprendi que não devemos ser morno, ou quente ou frio, morno vomito-te (diz a palavra).
Se acreditamos em Deus, se vemos sentindo em um mundo que graças a Cristo consegue olhar um pouco para o outro. Temos que mergulhar de cabeça e entender o que diz a palavra (Bíblia), temos que mergulhar de cabeça e aprender a importância da oração, temos que mergulhar de cabeça e procurar cada vez mais os sacramentos (os sinais de Cristo nas nossas vidas).
Por exemplo, quando estudamos a palavra e o que diz os exegetas (estudiosos da palavra), descobrimos que o Gênesis é uma mitologia, tirada das mitologias. É uma leitura literária, imaginária para explicar uma coisa, mas sem pretensão de ter base cientifica. No entanto, não deixa de ter sua riqueza, uma vez que tem sentido na formação teológica do homem.
Tem um escritor católico, Prof. Felipe Aquino, Teólogo, Doutor em Engenharia do Ita, que eu gosto muito de ler e recomendo, pois seus livros são ricos em ensinamento. Neste assunto, que eu venho desenvolvendo nos últimos dias tem um livro chamado “Ciência e fé”, onde ele fala das descobertas da Igreja ao longo dos séculos e que ao contrário do que muitos acham, ela é a pioneira na ciência, contribuindo com muitas das grandes descobertas (os mosteiros desde os primeiros séculos eram repletos de monges curiosos e estudiosos).
Também gosto muito dos artigos do D. Estevão Bettencourt, Mosteiro de S. Bento – RJ, que fundou a “Mater Ecclesiae” (Escola de Fé e Catequese), http://www.materecclesiae.com.br/ .
Segue matéria de D. Estevão na revista pergunte e responderemos:
Em síntese: O segundo relato da criação do mundo e do homem (Gn 2,4b-3,24) põe em confronto o homem e a mulher para afirmar que compartilham a mesma natureza e tem a mesma dignidade. Criação e evolução não se opõem entre Si, desde que se admita que Deus criou a matéria inicial, dando-lhe as leis de sua evolução, e cria até hoje toda alma humana (que é espiritual).

1. O relato javista e a origem do homem

Em Gn 2,4b tem início outra narração referente às origens, de estilo mais primitivo que a anterior: recorre a muitos antropomorfismos (Deus é oleiro, jardineiro, cirurgião, alfaiate, em vez de criar com a sua palavra apenas, como em Gn 1,1-2,4a); não menciona nem o mar com seus peixes nem os astros (o que revela horizontes limitados). Data do século X a.C. (fonte javista, J). Essa descrição começa por notar que não havia arbusto, nem chuva nem homem, mas apenas uma fonte de água, que ocasionava a existência de barro. Para compreender a intenção do autor sagrado, examinemos, antes do mais, a dinâmica do texto em pauta:

Muito estranhamente, Deus cria em primeiro lugar o homem (2,7). Depois planta um jardim ameno, onde o coloca (2,8.15); verifica que o homem está só (2,18). Cria os animais terrestres (2,19); mas o homem continua só (2,20). Então Deus cria a mulher e a apresenta ao homem, que exclama: “Esta sim! É osso dos meus ossos e carne da minha carne!” (2,23). Este curso de idéias poderia ser assim reproduzido:

Vê-se, pois, que o relato não tem em mira descrever a fenomenologia ou o aspecto científico da origem das criaturas, mas, sim, visa a responder a uma pergunta: qual o relacionamento existente entre o homem e a mulher? Qual o papel da mulher frente ao homem? Estas questões de ordem filosófico-religiosa perpassam todo o relato. Para responder-lhes, o autor apresenta o homem (varão) sozinho; verifica duas vezes que ele está só, porque nenhuma planta e nenhum animal se lhe equiparam; finalmente Deus tira matéria do próprio homem para com ela formar a mulher; assim se justifica a exclamação: “Esta sim! E da minha dignidade!” Desta forma, o texto sagrado nos diz que a mulher não é inferior ao homem, mas compartilha a natureza do homem; é o vis-à-vis do homem. Esta afirmação é de enorme valor: já no século X a.C. a S. Escritura propunha uma verdade que muitos povos hoje não conseguem reconhecer e viver.

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